Embora comum, essa infecção pode ser desconfortável e afetar a qualidade de vida. A boa notícia é que avanços no diagnóstico, como o exame de microbioma vaginal, estão transformando a forma como tratamos essa e outras condições da saúde íntima feminina.
Por Mirella Scariot
Cientista de Alimentos, Dra em Ciência dos Alimentos pela UFSC e Product Owner na BiomeHub.
Neste postblog será abordado:
O que é a Candidíase vulvovaginal?
A candidíase vulvovaginal é uma infecção causada por fungos do gênero Candida, principalmente pela espécie Candida albicans. Se você nunca sofreu com candidíase, é provável que conheça alguém que já enfrentou essa condição. Cerca de 70 a 75% das mulheres terão candidíase vulvovaginal ao longo da vida, e aproximadamente 5% delas enfrentarão episódios recorrentes.
Os fungos Candida spp. estão naturalmente presentes na microbiota vaginal em equilíbrio e não causam sintomas. A Candidíase é considerada um distúrbio multifatorial que envolve fatores predisponentes e uma microbiota vaginal desequilibrada.
Fatores como estresse, baixa imunidade, dispositivos intrauterinos ou até o ciclo menstrual podem provocar o crescimento excessivo desses fungos, levando à infecção. Além disso, condições como diabetes tipo 2, imunossupressão, uso de antibióticos e fatores comportamentais podem aumentar
o risco de candidíase.
Sintomas comuns de Candidíase
Os sintomas da candidíase vulvovaginal incluem:
Coceira vulvar;
Ardor, dor e irritação vaginal;
Dor durante a relação sexual;
Dor ao urinar;
Vermelhidão, inchaço e fissuras na vulva e vagina;
Eritema vulvar e vaginal, edema e fissuras também são comumente encontrados;
Corrimento vaginal de coloração esbranquiçada ou acinzentada, com consistência que varia de fina a grumosa e sem odor desagradável.
Candidíase de repetição
A Candidíase de repetição é uma condição caracterizada por episódios frequentes de infecção pelo fungo do gênero Candida, ocorrendo quatro ou mais vezes em um período de 12 meses. Esse problema pode causar desconforto significativo e impactar a qualidade de vida das mulheres afetadas.
Embora a maioria dos casos de candidíase vaginal, de 80% a 92%, seja causada pela espécie Candida albicans, outras espécies não-albicans, como Candida glabrata, Candida tropicalis, Candida krusei e Candida parapsilosis, também podem estar envolvidas.
As espécies de Candida não-albicans apresentam maior resistência aos tratamentos convencionais, especialmente aos antifúngicos azólicos. Isso aumenta a chance de infecções recorrentes e dificulta o manejo clínico.
Portanto, a identificação correta da espécie de Candida pode direcionar uma conduta médica diferencial e assertiva, evitando episódios repetidos e complicações.
Infecções recorrentes ou difíceis de tratar podem ser um indicativo de algo mais sério, como disbiose vaginal.
Como o BIOfeme pode ajudar?
O exame BIOfeme analisa a composição completa da microbiota vaginal, identificando bactérias e fungos presentes, mesmo em casos sem sintomas aparentes.
Com o BIOfeme, é possível:
Identificar o gênero e a espécie de Candida, diferenciando C. albicans de espécies não-albicans.
Obter informações detalhadas para tratamentos mais assertivos e personalizados, alinhados à medicina de precisão.
Detectar quadros de disbiose vaginal, alteração comum em infecções recorrentes ou resistentes ao tratamento.
A candidíase recorrente ou de difícil tratamento pode ser um sinal de desequilíbrio na microbiota vaginal. Se você enfrenta sintomas de candidíase ou infecções vaginais recorrentes, não espere mais.
O exame BIOfeme é um aliado poderoso para entender e resolver as causas do problema.
Leia também: Por que o microbioma vaginal é tão importante?
Referências:
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